sábado, 27 de novembro de 2010

- o que foi dessa vez?
- o quê? como assim "o que foi dessa vez"? eu não disse nada.
- tua cara está dizendo que há algo errado, yara.
- ah, sophie, nem me enche. neeeeem me enche.
- já tem algo te enchendo, não preciso me dar ao trabalho. ne vous me dire ce que c'est?
- não, não vou dizer porque nem sei o que é.
- puce à l'oreille?
- é, acho que sim.
- acho bom, dessa vez, tu acreditares na pulga.

ou vocês sabem em quem eu vou usar inseticida! bisous.

sophie bordeaux

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

philosophie de la taverne - VIII

- é preciso saber que pessoas não são como os panos de prato que você tem na gaveta, pintados à mão e com acabamento em crochê, um para cada dia da semana.

sophie bordeaux

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

philosophie de la taverne - VII

se tudo der errado, apele pra são josé:
são josé cuervo.
amen!

sophie bordeaux

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

- yara, creio que tu deverias mudar teu nome.
- por que isso agora, sophie?
- arrumar um nome que combine mais com tua personnalité.
- já vi que tem maldade nisso aí.
- não. je suis sérieux.
- e como tu achas que eu deveria me chamar?
- ainsi, como tu vives trocando os pé pelas mãos, je soupçonne que tenhas mais pés do que mãos, portanto teu nome devia ser centopéia!

é a única explicação pra tantas idioties.

sophie bordeaux

sábado, 21 de agosto de 2010

- yara, fiz uma lista de nossas diferenças e semelhanças e j'ai été choqué.
- credo, sophie! e por quê? somos assim tão diferentes?
- au contraire, somos muito mais parecidas do que eu podia imaginar.
- sério?
- oui. na verdade, eu só encontrei cinco diferenças.
- só cinco? e quais são?
- você prefere xadrez, eu prefiro listras. você toma chá, eu tomo café. sua cor preferida é aquela tal de verde-vermelho que só existe na sua cabeça, a minha é bleu. eu fumo cigarretes. e a mais importante de todas: je ne suis pas stupide!

e ela é.

sophie bordeaux

terça-feira, 27 de julho de 2010

philosophie de la taverne - VI

é mais fácil abraçar a tristeza:
a felicidade é muito saltitante.

sophie bordeaux

segunda-feira, 28 de junho de 2010

quarta-feira, 2 de junho de 2010

- sophie, me faz um favor?
- non.
- que criatura ruim, céus! eu só ia pedir um copo d'água, já que estás indo pra cozinha.
- muita sede e muita preguiça, yara?
- não é sede, é que tô com um gosto amargo na boca. não sei o que foi que comi que ficou esse gosto.
- ma cherie, esse amargo não é de algo que comeu.
- e do que seria, ó grande oráculo que tudo sabe?
- acabaste de perder teu copo d'água com essa piadinha. mas não importa mesmo, esse é o tipo de gosto amargo que nem todos os copos cheios de água do mundo podem tirar: é daquele amargo que tá amargurando a alma, mon ami.

jiló é doce perto disso.

sophie bordeaux

quarta-feira, 12 de maio de 2010

philosophie de la taverne - IV

- és eternamente um irresponsável por aquilo que não cultivas!

sophie bordeaux
inspiré par antoine de saint-exupéry

quarta-feira, 5 de maio de 2010

- às vezes acho que tu devias ser mais explícita no que queres dizer, yara.
- por que achas isso, sophie?
- pelo nível de gente com quem tu convives. a maioria parece ter QI com dois dígitos apenas.
- que esnobe!
- não é ser esnobe, ma chérie, é ser realista. e bem, nem sempre essa gente entende o que tu dizes.
- quanto a isso, tu tens razão, sophie. às vezes, sinto que estou falando com portas.
- nem isso! portas abrem, ao menos. essa gente só se fecha.
- bom, então aí pode não ser uma questão de inteligência, mas de disposição. tem gente que não está disposta a se mover pra nada...
- nem pra ser feliz.
- exato, nem pra ser feliz. acha qualquer posição mais ou menos cômoda e lá fica, e...
- mudei de idéia, yara. acho que tu não deves ser mais explícita com as coisas.
- me interrompeu também... mas por que não?
- porque tem gente que não aguentaria umas duas ou três palavras mais duras tuas. e o índice de suicídio na população mundial aumentaria vertiginosamente.
- credo! não sou tão má assim. sou?
- non. tu não, mas eu sou. e nem tu percebes quando tomo teu lugar.
- que perigo tu és, sophie!
- merci. antes ser e correr perigo fazendo o que deve ser feito a passar a vida com medo de ao menos tentar.

porque viver a vida não é só título de novela, mes amis.

sophie bordeaux

terça-feira, 27 de abril de 2010

a fada dos dentes

C'est la fin du conte de fées
porque a fada aqui cansou-se
e o que ela mais deseja é
arrebentar-te todos os dentes.
E sem receber nenhum dinheiro em troca.

sophie bordeaux

sábado, 3 de abril de 2010

philosophie de la taverne - III

mon cher, às vezes é preciso ser vil:
esconder a sujeira debaixo do tapete
e passar um tempo a dois debaixo dos lençóis.

sophie bordeaux

sábado, 6 de março de 2010

- que cara é essa? e nem venha me dizer que é a única que tem.
- ai, sophie, por favor não venha me encher a paciência.
- encher? estou aqui pra esgotá-la, chérie. mas conte-me, o que houve?
- não houve nada. e com mais um pouquinho de esforço, não haverá nada.
- mon dieu, sempre nessa - como é que vocês dizem? - lenga-lenga. fala logo, yara!
- nada, acho que foi o vinho só.
- oui oui. conta outra. não sou idiota.
- sim, tu não. mas talvez eu seja. a maior idiota do mundo.
- não se superestime.
- como tu és cruel, sophie!
- cruel? moi? não me culpe pelos atos de outras pessoas. não fui eu que te deixou assim.
- tens razão, desculpe-me. mas tu podes me deixar quieta?
- est-ce une blague? até parece que sabe ficar quieta. e... ah! já entendi tudo...
- parabéns. agora podes me deixar em paz?
- tá, agora eu preciso mesmo de une tasse de café. volto pra te chatear mais tarde.

porque não é possível que uma pessoa dessa não aprenda nunca.

sophie bordeaux

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

philosophie de la taverne - II

- uma das coisas que você devia ter aprendido comigo é que ser feliz nem sempre é uma questão de opção ou sorte, mas uma questão de competência.

baisers,
sophie bordeaux.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

- sophie, tá acordada?
- oui. que se passa?
- sabe o que me disseram hoje?
- que o teu cabelo é bonito. mais alguma coisa?
- é, também. mas o que eu ia contar é que me disseram que eu devia conversar mais. que tu dizes?
- a dieu ne plaise! yara, tua inabilidade em conversar é tudo o que o mundo não precisa agora.
- precisava esculhambar?
- não estou falando nenhuma mentira. ademais, esse é o grande problema do mundo: delegar funções a quem não está capacitado para exercê-las.
- nem sei porque ainda tento conversar contigo, sophie.
- também não sei. já disse que não tens habilidade pra isso mesmo... agora, vou dormir.

talvez, se ela treinasse. mas duvido.

sophie bordeaux