segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

- yara, querida, devo admitir... temos coisas em comum.
- ai, sophie, levei até um susto agora...
- susto? por quê?
- tu me chamaste de "querida"...
- de fato, é até de se estranhar. mas a questão é que pensando cá com meus botões, percebi o porquê de eu ser teu eu-lírico.
- e foi?
- sim, eu ficava a me indagar por que chongas eu tinha sido destinada a ser teu alter-ego se não temos nada em comum, se nunca concordamos em nada.
- e o que percebeste em comum, sophie? [com ar de desconfiança]
- sabe essas pessoas suuuuuuuuuuuper-legais?
- aff... [com cara de nojo]
- exatamente! aff triplo com cobertura extra de caramelo!
- essa frase é minha, sophie...
- eu sei, tomei emprestado porque é até criativa, yara.
- obrigada.
- mas então, voltando ao assunto, nossa... como essas pessoas me dão ânsia. sempre com um sorriso falso no rosto, esbanjando uma felicidade enlatada.
- e não é? não entendo como elas escrotamente sustentam essa posição de "a vida é bela e eu curto muito". poha, não dá pra ser feliz o tempo todo.
- sim, concordo plenamente! e os dias em que se acorda de mau-humor? será que elas desconhecem isso?
- ou fingem desconhecer... agora me ocorreu um pensamento maldoso... [com ar nefasto]
- o quê? [com olhos brilhando de curiosidade]
- será que essa gentalha não fica triste nem com dor de barriga?
- huahuahuahuahuahuahuahua
- sem contar que grande parte dessas criaturas odiosas escrevem e falam em miguxês.
- mon dieu, é verdade! acho que não existe coisa mais imbecil que o miguxês...
- e mais: falam míseros cinco minutos contigo, porque teu amigo bêbado a apresenta a ti, e no dia seguinte: "oie, amigaaaaa! me add aê no seu orkut! beijokxxxxxxxxxxx".
- ui... sim, sim. verdade pura! é incrível como esse povinho tem a capacidade de se achar o "grande amigo de infância".
- mas, gente, será que esse povo não se toca da inconveniência que é eles terem nascido???
- u-lálá... como tu tens a língua afiada também, yara! acho que começo a me acostumar com a idéia de ter um sentido eu ser teu eu-lírico...
- rasgação de seda, sophie?
- também não é pra tanto...
- haha
- tem também aquele povo que, ao contrário dos suuuuuuuuuuuper-legais, vivem a se lamuriar das coisas que lhe acontecem.
- ai, sophie, é verdade... mas por hoje chega. falar da escória já deu por hoje.
- é, tens razão. procuremos algo melhor pra fazer.
- vou ler.
- eu também... boa noite.

porque gente playmobil é tão chata... eles merecem a morte. imediata!

sophie bordeaux